Enquanto a polícia prende, a Justiça solta: o maior traficante de pássaros do Brasil volta para casa — de novo
Neste sábado, em Nova Santa Rita (RS), mais uma cena revoltante marcou o cenário do tráfico de fauna silvestre no país. Em plena luz do dia, dezenas de pássaros — entre eles Trinca-ferro, Azulão, Cardeal e Cravina — foram encontrados em caixas minúsculas dentro de um Honda Civic preto, utilizado por dois criminosos reincidentes.
Dessa vez, quem acabou preso foi o comparsa paulista, levado ao presídio de Canoas. Já o verdadeiro chefe do esquema — o maior traficante de pássaros do Brasil, residente em Gravataí — saiu pela porta da frente da delegacia e voltou para casa como se nada tivesse acontecido.
A mesma casa que, em dezembro de 2023, foi alvo de uma operação da Polícia Federal, quando seu filho foi preso por envolvimento no tráfico de animais — e também solto logo depois pela Justiça.
O histórico desse criminoso é escandaloso: em 2019, foi preso três noites consecutivas em Eldorado do Sul, com apreensões que somaram mais de 1.500 cardeais e bico – duro em apenas três dias. E como se não bastasse, em 2021, a PRF apreendeu uma Hilux novíssima carregada de aves silvestres, veículo este que foi recentemente devolvido ao traficante pela Justiça.
Apesar de tudo isso, ele segue solto, agindo livremente, protegido por brechas e pela omissão das instituições.
A sociedade não pode mais aceitar isso.
O Artigo 29 da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) é claro:
“Matar, perseguir, caçar, apanhar, vender, manter em cativeiro ou transportar animais silvestres sem autorização é crime, com pena de até um ano de detenção e multa.”
Mas infelizmente, muitos delegados e agentes ainda tratam esses crimes como irrelevantes, lavrando simples Termos Circunstanciados (TCs) e permitindo que criminosos reincidentes saiam pela mesma porta por onde entraram.
Enquanto a polícia apreende e prende, a Justiça devolve carros, solta criminosos e alimenta a destruição da fauna brasileira.
É hora de cobrar responsabilidade, ação firme e conhecimento da lei.
A impunidade está protegendo criminosos e matando a biodiversidade do Brasil.